Sufoco na Estreia: Brasil 3x2 Turquia

Ai, ai, ai, Brasil... Que estreia tensa.

A seleção brasileira passou por tudo na partida contra a Turquia: venceu com facilidade, sofreu pressão e se recuperou, entregou um set nas mãos das adversárias. Resultado: vitória por 3 a 2 e um ponto de interrogação gigante na cabeça dos torcedores. Afinal, o Brasil é confiável?

A seleção chegou a empolgar nos terceiros e quarto sets quando, com uma atitude positiva e agressiva, tomou o domínio da partida e conseguiu fazer fluir o seu jogo. Mas a decepção veio na mesma proporção da satisfação de ver o Brasil jogando bem. Perder um set depois de ter uma vantagem de 18 a 10 é imperdoável e é pra deixar qualquer um com a cabeça confusa.

*********************

O alto número de erros da Turquia já era esperado. Time estreante em Olimpíadas, jovem, era normal que sentisse a pressão. A ponteira Ozsoy deu pontos importantes para o Brasil em erros de ataque e o saque turco foi um presente recorrente para as brasileiras. 

E o Brasil não se aproveitou disso tudo. Poderia ter sido mais agressivo no saque e, mais uma vez, desperdiçou ataques e contra-ataques. Sem contar a atração das jogadoras com a rede que resultou em 7 pontos para a Turquia.

*********************

Não deu para entender porque a Sheilla foi tão pouco acionada. Os sets em que ela mais foi chamada ao jogo foram os mais fáceis, quando deveria ser o contrário. Garay entrou muito bem e até esperava que ela começasse como titular. Afinal, o Brasil precisa de poder ofensivo. 

Também achei que as centrais poderiam ter sido mais aproveitadas. O passe deu condições para a Fernandinha trabalhar com o meio e a levantadora tem habilidade e coragem para arriscar mais mesmo quando passe não está legal. Fernandinha foi muito feijão com arroz quando tem qualidade para sair do básico.

Da mesma forma, a levantadora pecou ao insistir com a Jaqueline numa rede muito marcada e na sintonia das jogadas com a Paula, que teve que apelar para as malditas largadas diversas vezes. Nem no saque, outra qualidade dela, a Fernandinha conseguiu ser decisiva. Ela pode mostrar muito mais sem o peso da estreia nas próximas partidas.

*********************

Meu post está parecendo que a partida foi uma tragédia, eu sei. Por isso, vou amenizar com as coisas positivas que o Brasil mostrou. Defesa e bloqueio foram muito bem. As centrais foram decisivas no terceiro set e apareceram em momentos importantes no bloqueio. Thaisa foi a nossa melhor jogadora. 

E, como já citei, a Garay entrou levíssima, sem sentir qualquer peso da Olimpíada. Gostei também da Jaqueline que correspondeu no fundo de quadra e, por vezes, levou o time no ataque, mesmo não sendo ela a principal responsável por isso.

Gostei que o Zé Roberto colocou o banco para jogar e perder o travo da estreia. A opção pela inversão 5x1, ao que tudo indica, vai ser constante nestes Jogos. Ele só perdeu o timing no quarto set. Usou cedo demais esta opção e no final fez falta quando a rede travou. 

*********************

Sei que era esperado um jogo complicado. Ainda assim, não acho 3x2 um resultado normal – mesmo se acontecesse em condições naturais, sem a bobeada do quarto set. O time da competente Darnel (que, aliás, esteve lindíssima como porta-bandeira da Turquia na cerimônia de abertura) é ainda imaturo. 

Portanto, para uma seleção olímpica e experiente, foi um tropeço. E o mais preocupante é que a perda do quarto set significou um ponto a menos na classificação, enquanto China e EUA alcançaram os 3 pontos. 

*********************

Pê esse:
- Adorei o inglês com sotaque turco do Marco Aurélio Motta.

Giro olímpico:
- Os EUA também deram a sua bobeada contra a Coreia. A diferença é que para elas o cochilo só custou um set.

Cercada de contusões, a Sérvia veio aos pedaços para esta Olimpíada. A craque Brakocevic só entrou no quarto set contra a China, que conseguiu uma importante e consistente vitória. Depois de perder o primeiro set, olhem só o placar que as chinesas fizeram: 25x18, 25x13 e 25x12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário