Previsível: EUA 3x1 Brasil

Resultado dentro do previsto. Ouvi muito falarem de confiança, alegria e outras coisas subjetivas que teriam faltado ao Brasil nesta partida. Antes fosse esses os problemas brasileiros. Vontade não falta à seleção, mas ela esbarra constantemente em limitações técnicas, que não consegue superar há meses.

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Os EUA pontuaram com muito mais facilidade que o Brasil, que sofreu para colocar a bola no chão. Sheilla, Paula e Garay melhoraram ao longo da partida, mas ainda assim nem se compararam ao aproveitamento e facilidade que Hooker e Tom tiveram. O que se deve em parte pela habilidade das norte-americanas e outra à defesa brasileira, que, apesar de bem postada, não conseguia colocar a bola de volta ao jogo.

A defesa foi a maior decepção desta partida. Começou bem, mas depois desperdiçou chances de contra-ataques que nivelariam o jogo. A segunda maior decepção foi o desempenho da Thaisa: nem saque, bloqueio ou ataque. Lembrando que só há decepção quando há boas expectativas.

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Faltou, novamente, pressão no saque. A líbero Davis e a Tom cobrem bem a linha de recepção dos EUA, mas o Brasil facilitou o trabalho delas. Sem contar os inúmeros erros neste fundamento nos momentos importantes. O campeão olímpico agiu como a inexperiente Turquia e falhou quando não podia. Sem consistência no saque, o Brasil quebrou o próprio ritmo de jogos por diversas vezes.

O início da Fernandinha pareceu promissor. Mas o basicão e a falta de entrosamento com algumas jogadas começou a aparecer e o Zé fez a opção certa pela Dani Lins. O Brasil ficou mais à vontade com a Dani no levantamento. Fabiana voltou a atacar e as bolas de meio-fundo ressurgiram. Não foi nenhuma mágica, foi um simples entrosamento.

Mais uma vez a Garay entrou bem, é uma força diferente para o cansado ataque brasileiro. A Tandara é que me dá a impressão de ter sentido o peso da Olimpíada e não soltou o braço quando foi preciso. Com a Natália sem condições, as opções do Zé ficam bem restritas.

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Agora, a partida valeu para ver que os EUA também têm suas falhas e sentem a pressão. O Brasil se beneficiou bastante de erros norte-americanos quando conseguiu, mesmo que por pouco tempo, ter um padrão de jogo. Os EUA são uma grande seleção, mas o problema maior está na seleção brasileira e não no adversário.

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Pê ésse:

- O óbvio, mas que merece sempre ser registrado: Logan Tom joga muita bola. 

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Giro olímpico:

- Assisti aos dois últimos sets de Rússia 3x1 Rep. Dominicana. A vontade era torcer para que as dominicanas levassem o jogo ao quinto set. De La Cruz e a líbero Castillo fizeram por isso. Mas razão falou mais alto. Vai que a Rússia se complique e não fique em primeiro no seu grupo? Com essa novidade de sorteio entre os segundos e terceiros colocados poderia colocar as russas no nosso caminho logo numa quarta-de-final. Então, deixei a torcida de lado.

- A China venceu a Turquia por 3x1. A central Hui tem se destacado na pontuação. Vai ser outra pedreira para o Brasil.

- Coreia 3x1 Sérvia. Esta era uma disputa direta pela quarta vaga no grupo. Ao que tudo indica, a desfalcada Sérvia vai ficar de fora.

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