Ufa! - Brasil 3x2 China
Que alívio e alegria assistir ao Brasil finalmente jogando bem e mostrando todas as suas qualidades. Não atingiu o resultado ideal, o que deixa um gostinho amargo nesta vitória, mas o Brasil que conhecemos esteve em quadra. A seleção recuperou a sua personalidade.
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O conjunto funcionou muito bem. A agressividade se mostrou desde o saque até o ataque. Com exceção da Paula, todas as jogadoras viraram muito bem, até mesmo a Jaqueline. Thaisa e Fabiana voltaram a marcar no ataque, jogadoras que faziam falta ao repertório brasileiro. Thaisa, aliás, renasceu. Encaixou o saque, fez 16 pontos de ataque e comandou a entrada do bloqueio brasileiro no jogo.
Vejam a diferença: em 5 sets contra a Turquia, o Brasil marcou 56 pontos de ataque. Contra a China, 74.
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O Zé Roberto, depois do time ter chegado ao fundo do poço, se deu conta que Olimpíada não é campeonato de testes e preparação e investiu no óbvio. Colocou a Dani Lins como titular e o entrosamento se fez valer. A levantadora jogou à vontade, explorou as jogadas de meio e caprichou nas bolas para Sheilla e Jaqueline. Sem contar que teve um bom saque e uma presença no bloqueio que, se não intimida, ao menos não deixa o caminho livre para os adversários.
Esta foi uma partida para calar a boca de muita gente, inclusive a minha. Fabi e Jaque defenderam muito, Sheilla foi decisiva e Dani Lins se mostrou tranquila num jogo de muita pressão e responsabilidade. E esta foi uma curiosidade do Brasil: na partida em que mais o grupo poderia sentir a pressão, jogar travado e nervoso, foi quando a seleção melhor se apresentou, jogou solta e com confiança.
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Fiquei surpreendido com esta reviravolta na atitude brasileira. Mesmo depois de perder o quarto set, o Brasil manteve o foco. Acho até que a vitória seria mais justa por 3x1, a seleção esteve melhor e merecia este resultado. O pecado, e que nos custou um ponto a menos na classificação, foram os erros de passe na hora decisiva do quarto set. As falhas pesaram num momento decisivo e o Brasil pagou por isso.
Mas neste momento não se pode colocar uma lente de aumento nas falhas brasileiras. A hora é de confiar nas meninas para que elas mantenham a mesma qualidade na próxima partida. Espero que este não tenha sido apenas o último suspiro da seleção.
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